É diferente agora. Ele não me
perdeu, eu também não o perdi. Pelo menos não agora. Acho que isso aconteceu
sim, mas em algum outro momento e eu me recusei a perceber, ou percebi e insisti
em negar pra mim mesma. Na minha mais perfeita ILUSÃO, eu achava que sempre
estaria lá por mim, da mesma forma que nunca deixei de acreditar que se fosse ele,
eu sempre estaria à disposição.
Aconteceu que um belo dia eu
acordei e me deparei com uma falta, um vazio gigante. Agora eu começo a
entender. Pensei que fosse a “carência” batendo de novo, mas não, não era. Carência
simples, sempre passava. Durava um dia, uma semana, e lá estava eu de novo,
sorrindo e cantando a felicidade de ser sozinha. O famoso “não ser de ninguém”.
Era bem o que eu pensava, mas eu era sim, era do passado. De alguém que eu não
tinha sempre, mas que eu costumava esperar dias, meses e anos.
Quando acordei, percebi que não
o tinha mais em mim. Que tudo o que nós vivemos passou, acabou. Não sei bem o
porquê de tanta segurança, mas dessa vez senti diferente, senti um ponto final.
Ponto este que deveria ter sido escrito há anos atrás.
Não é mais carência. Dessa vez
é a SOLIDÃO. Triste, mas libertadora de alguma forma. Talvez só a minha cabeça
confusa a entenda, mas ela me fez leve, de uma forma como eu nem me lembro de
já ter sentido.
Ainda estou por descobrir se
essa sensação tem nome, por enquanto só consigo pensar em maturidade. Não que eu seja a mais madura do mundo, na verdade, estou
bem longe disso. Mas deve ser assim mesmo, a compreensão de que algumas coisas
devem acontecer para que possamos seguir em frente de vez e a cada dia que
passa eu tenho mais certeza de que TUDO É QUESTÃO DE TEMPO.